7 atitudes que fazem você ser um péssimo líder no negócio

Uma má gestão de pessoas: a liderança em uma empresa é ainda mais importante nos dias de hoje


São Paulo – Quem já foi funcionário sabe muito bem: a atuação do líder pode ser decisiva para que os empregados decidam ou crescer junto ao empreendedor ou procurar melhores oportunidades de carreira. Ser um bom gestor de pessoas é decisivo para o sucesso empresarial – e não há espaço para atitudes ruins.

Este é um quadro que só tende a ser mais intenso: a liderança ficou ainda mais importante nos dias de hoje, diz o coach, empreendedor e investidor-anjo Fernando Góes, da consultoria Ockam.

Mesmo sabendo dessa importância, há aqueles que continuam com práticas ruins de liderança – às vezes, sem perceber. Afinal, por que há tantos maus gestores por aí?

Segundo Patrícia Atuí, da ActionCOACH, tudo vem do famoso ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. O dono de negócio acha que já sabe tudo que deveria fazer, e que sempre faz melhor do que todos os outros. Quando ele decide sair da própria empresa e buscar seu próprio desenvolvimento, ele finalmente consegue ver como outros empresários usam suas próprias receitas de sucesso. “Por isso, é preciso buscar contatos e conteúdos, seja presencialmente ou pela internet.”

Outra razão para a má gestão de pessoas é, simplesmente, o aperto na agenda (e nas contas). “Os empreendedores fazem tantas coisas que o foco no desenvolvimento do time é negligenciado. Especialmente durante crises econômicas, a gestão de pessoas é muito afetada – os cursos são cortados, por serem considerado algo extra”, explica Fernanda Gonçalves, gerente nacional de carreiras do grupo educacional DeVry Brasil. “A falta de desenvolvimento do time só se torna um problema quando fica mais óbvio que ela é a chave da falta de resultados da empresa.”

Já deu para perceber que gerir bem o time é fundamental para que seu negócio obtenha sucesso. Então, como perceber que você precisa melhorar como líder? Confira, a seguir, algumas atitudes que transformam o dono da empresa em um péssimo chefe para seus funcionários:

1. Achar que propósito é só uma palavra bonita

Ter uma visão para o negócio é fundamental: ela permite que você e seus funcionários estejam na mesma página quanto à cultura empresarial. Sem um propósito, o empreendedor não esclarece para a equipe quais atitudes ela deve ter diante de tudo que ocorre dentro do empreendimento.

Resultado: o negócio fica às moscas. “Ele acaba não tendo uma retenção da equipe, já que as expectativas não ficam alinhadas. Ele vai se deparar com outros valores e, com isso, tanto ele pode demitir quanto o próprio funcionário pode pedir demissão”, diz Atui, da ActionCOACH.

2. Pensar apenas no resultado

Este é um tipo de chefe muito comum em grandes empresas, mas que também existe no mundo dos pequenos negócios: aqueles líderes que só pensam em metas e resultados. Para obtê-los, podem fazer a equipe trabalhar horas a mais, podem não estimular a cooperação e podem até serem desrespeitosos com seus funcionários.

O dono de empresa pode até fazer um planejamento ambicioso, mas o que realmente inspira é que tais metas tenham um propósito, junto com um ambiente que propicie o desenvolvimento da equipe.

“Há líderes que acham que só ter um plano para crescer e gerar muito dinheiro é suficiente. Mas isso não inspira mais ninguém: as pessoas buscam algo a mais”, diz Góes. “A ideia hoje é que, se você trabalha bem a justificativa para chegar aos seus objetivos, o resultado será automaticamente melhor, sem precisar pressionar”, completa o coach da Ockam.

Além disso, pense em qual reconhecimento faz sentido para seu funcionário: nem sempre é um bônus no fim do ano. “Deixar seu empregado sair mais cedo para pegar o filho na escola pode ser mais importante para ele do que apenas retorno financeiro. Esse tipo de bonificação personalizada é a que gera mais engajamento do funcionário com seu negócio”, aconselha Gonçalves, do DeVry Brasil.

3. Não deixar os processos empresariais claros

Mesmo que foco demais em metas e resultados seja algo prejudicial, também não dá para ficar apenas no mundo das ideias. O funcionário precisa conhecer o que ele vai fazer dentro do negócio: onde começa e onde termina seu trabalho, e qual parte do processo empresarial está sob sua responsabilidade.

“Os líderes que não se organizam dentro da empresa perdem seus talentos. O funcionário acaba assumindo outras responsabilidades e percebe que a empresa não tem esse controle. Isso gera insatisfação”, diz Atui. Por isso, reserve um tempo para fazer esse planejamento, valorizando cada membro do time.

4. Não separar um tempo para ficar com a equipe

Diante da pressão da rotina de um negócio, muitos líderes acabam não separando um tempo na agenda para conversar com a equipe – seja para trocar avaliações ou apenas para ouvir novas ideias.

Essa atitude pode ser resumida em um conceito: empatia. “A empatia é exercida quando o empreendedor se colocar no lugar do seu funcionário. Uma ferramenta que muitos donos de negócio não usam é dar feedback para o funcionário: colocando tanto o valor que ele tem na empresa quanto para o que ele não anda contribuindo”, diz Atui, da ActionCOACH. O feedback permitirá que seus funcionários aprendam com os erros e melhorem, sentindo-se valorizados.

Alguns líderes dispensam esse tempo com a equipe por pura falta de planejamento. Outros, porém, são um caso mais grave: não conversam com seus funcionários porque acham que já sabem de tudo – e não aceitam opiniões diferentes.

“O líder precisa conhecer suas virtudes, mas também aquilo em que ele não é bom. É preciso ter humildade para procurar pessoas complementares a ele, sem achar que todos devem ser iguais ao dono. É essa diversidade de especializações que trará o desenvolvimento da empresa”, diz Gonçalves.

Isso porque uma empresa diversa é também uma empresa que consegue inovar, completa Góes. “Alguns empreendedores não estão abertos a ouvir e, com isso, não testam as novas ideias que surgem da sua própria equipe. Com o tempo, os empregados começam a pensar que suas opiniões não valem nada para a empresa”.

Já sabemos como isso termina: com o tempo, os melhores funcionários procuram um negócio que realmente os ouça.

5. Tomar os créditos do trabalho para si mesmo (quando convém)

Parece absurdo, mas há chefes que gostam de dizer que tudo no negócio é responsabilidade deles – sem reconhecer os funcionários que mais se destacam.

“Na hora de uma apresentação, por exemplo, ele não dá crédito para as pessoas que merecem, tomando tudo para si mesmo”, resume Goés. “Pior: é muito comum que esses mesmos líderes, na hora de comentar ações que não vão bem, botem a culpa toda nos liderados.”

6. Reter todas as informações da empresa

Não é preciso compartilhar as informações mais confidenciais do seu negócio. Porém, há chefes que não querem compartilhar nada com seus próprios funcionários, sob o argumento de que todo dado divulgado pode enfraquecê-los como dono da informação e, portanto, como chefes.

“Se o dono do negócio sempre centraliza o andamento do negócio, ele não desenvolve nem sua equipe nem o próprio empreendimento. A empresa só cresce com uma boa gestão de pessoas, e não há gestão de pessoas quando seus funcionários não possuem chances de se destacar”, diz Gonçalves.

“O pior de privar sua própria equipe de dados é que os funcionários sentem que seu chefe não confia neles”, completa Góes. “Além disso, a equipe também não pode sugerir novas ideias para a companhia, já que não possui os dados necessários, e isso afeta diretamente o empreendimento.”

7. Faltar com a ética e a integridade

Por fim, o que você pensa quando falamos de um dono de empresa sem ética ou sem integridade? Não é preciso pensar em escândalos de corrupção: a má conduta está também nas pequenas coisas. “Não é apenas estar envolvido na Operação Lava Jato. Pode ser combinar acordos e não os cumprir, por exemplo”, diz Góes.

O bom líder é aquele que guia pelo próprio exemplo: seus valores e comportamentos passam para a equipe. “Não ser ético nem íntegro pode ser a mais fatal de todas as atitudes, já que são condutas difíceis de serem desenvolvidas sem uma educação prévia.”

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