Para os executivos que abandonaram o trabalho em tempo integral em uma empresa, a carreira de temporário permite dividir a agenda entre vários projetos.
O administrador Fernando Góes trabalhou por 15 anos como executivo de empresas como Citibank, Burson-Marsteller e BankBoston.
“Em 2007, quando o BankBoston foi comprado pelo Itau. fiz uma reavaliação de carreira e percebi que aquilo que eu mais gostava de fazer era gestão de pessoas e aconselhamento profissional”, diz.
Ele decidiu então pedir demissão e investir na carreira de “coach” de jovens executivos e empreendedores.
Desde então, além de montar a própria agência de treinamento, Goes fundou uma consultoria de gestão estratégica, abriu um fundo que investe em dezenas de startups e se tornou membro do conselho de administração de três empresas (Cacau Show, Cuponeria e Objective Solutions).
“Trabalho tanto quanto antes, mas agora estou no controle de meus interesses e necessidades pessoais”. Me sinto realizado, diz.
Tudo junto
Segundo Sidnei Oliveira, especialista no desenvolvimento de jovens talentos, esse tipo de mudança de carreira é cada vez mais comum entre os cargos do alto escalão.
“Hoje em dia estamos vivendo e trabalhando per mais tempo. A medida que envelhecemos, queremos trabalhar com algo que tenha a ver com os valores nos quais acreditamos”, afirma.
O fenômeno tem até nome: “slash career”, algo como carreira dividida. Não é um plano B – é o B, C e D, todos ao mesmo tempo.
Mas essa filosofia profissional de assumir múltiplas funções em diversas áreas não é para qualquer um, alertam os recrutadores.
Ela demanda habilidades de gerenciamento de tempo e organização para equilibrar vários trabalhos, além de muita auto motivação para garantir a dedicação necessária a todos eles.